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Contos em 30 minutos
Os contos deste blogue foram escritos em 30 ou menos minutos.
Os 30 minutos somente incluem a escrita do completo arco da história, os subsequentes ajustes, leituras, edições, reedições, acertos em detalhes da história que necessitaram de alguma pesquisa, e no caso de alguns contos, a congruência, não foram contados temporalmente e foram feitos após os referidos 30 minutos. Todas as subsequentes alterações não alteraram o mais alto e importante arco da história; assim os contos não violam este exercício de escrita - escrever um pequeno conto numa assentada.
A criadora deste conceito foi a minha amada namorada, ela lançou-me o desafio de iniciar e terminar uma história em 30 minutos, com o intuito de combater a minha inércia de escrever. Por tal desafio e mais, muito mais, lhe estou agradecido.
O Pastor: Uma Conversa e um Livro (10)
“Podia dizer-me onde fica a biblioteca?” A senhora não entendeu que o Pastor se dirigia a ela e continuou a caminhar, este avançou um pouco mais rápido e deu um pequeno toque no ombro da senhora, repetindo a mesma pergunta. Ela virou-se algo surpresa: “Desculpe! Não entendi que falava comigo… Ah! Archibald! És tu! Como andas?”
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O Pastor: O Mercado (9)
O Pastor estava no mercado de Inverness, mercado somente de produtores, um local para comprar diretamente ao agricultor. É aqui que ele fazia o seu dinheiro, a vender lã e leite de ovelha.
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O Pastor: Dia da Tosquia (8)
O Pastor estava no palheiro, envolto em lã, montes de lã, a primavera já morava em todo o seu esplendor na Escócia. Archibald encontrava-se a cortar a lã de todas as suas ovelhas; de um lado as rapadas e do outro as por rapar. Hoje estava toda a gente agitada, as rapadas porque foram manuseadas e as por rapar porque estavam a ver o que as esperava.
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O Pastor: Uma Ida ao Cemitério (7)
Enquanto o Pastor cantava “Zum Geburtstag viel Glück” na Escócia, um carro estacionou junto do portão de um cemitério na Alemanha Oriental.
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O Pastor: O 50º Aniversário (6)
Embora não fosse a 1ª segunda-feira do mês, o Pastor vinha de Inverness depois de um dia de compras pois amanhã era um dia especial. Este vinha sem a sua capa, tinha um casaco de lã, um blazer e camisa, calças caqui e uns sapatos simples de sola de borracha. Caminhava pela estrada de terra batida com uma grande mochila nas suas costas; ao longe via-se o autocarro a seguir para as seguintes paragens, aliás para as paragens, o Pastor saiu onde começa este caminho, o que constituía nenhuma paragem específica.
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O Pastor: Isla em sua demanda (5)
O Pastor andava nas suas andanças pelos campos e a gralha Isla esperava por ele. Estava sobre a cadeira que se encontrava no alpendre. Saltou/voou para a janela, aterrou mal e bateu contra o vidro. Encostou o bico no vidro e abriu-o, como que a tentar apanhar o vidro… Atacou o vidro com o bico, vezes e vezes sem conta! Passou uma hora nisto, nessa e nas outras janelas da casa! Estava claramente a tentar entrar mas sem sucesso. Passeava pelo teto, olhou em redor e voou para a árvore mais próxima, ia descansar de todo o fútil trabalho que tinha acabado de ter!
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O Pastor: Uma nova companheira (4)
O Pastor caminhava o seu caminho. O caminho não era seu, apenas era o caminho por ele delineado na hora, sem aparentes influências externas. A poucos metros atrás dele o seu rebanho seguia-o, aliás, seguiam o carneiro guiador – Bardolph – que andava na sua trela e coleira.
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O Pastor: Introspeção (3)
O Pastor encontrava-se sentado numa rocha, somente uma leve aragem o tocava suavemente. Estava embrulhado na sua enorme capa por isso o vento apenas o tocava na face. Estava junto ao oceano, de costas para a homogénea paisagem e de frente para os verdes da Escócia e para o rebanho de ovelhas, Bardolph ao fundo.
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O Pastor: O treino de Bardolph (2)
O Pastor estava a caminho de casa, por um trilho pouco usado, com a sua enorme quinta entre ele e toda a civilização. Andava por estas andanças pois queria ver como estava a sua cerca, não queria deixar andar as ovelhas e depois estas fugirem e perderem-se.
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O Pastor - Prólogo (1)
Caminhava sobre a erva molhada: Ainda se vêm algumas gotas geladas de água sobre as folhas… Quem caminhava era um senhor de seus quarentas, vestido com umas vestes desfasadas da data. Estávamos em 1980, mas este senhor parecia saído de um filme da época medieval, as vestes eram ricas mas arcaicas e gastas. (…)